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quarta-feira, 14 de setembro de 2022

ALMA, O ESPELHO DE SI E O CONTATO AO ESPÍRITO DA CONSCIÊNCIA MESTRA

 

Um dos parâmetros que tenho e utilizo para analisar a utilidade de um sistema ideológico de cunho filosófico espiritualista para promover o desenvolvimento de certo aspecto da virtude inerente e imanente a essência humana , e nesse mesmo vetor, de uma assertiva, premissa, axioma, é de procurar aferir como dito sistema ou proposta filosófica, doutrinária e etc...se comunica com o potencial vivencial da minha alma, para verificar se me tolhe algum aspecto da percepção interior com o objetivo de suprimir a autoreflexão, e a liberdade de pensamento em consonância ao desdobrar das capacidades internas da alma, enquanto sentimento/emoção/razão, no movimento dinâmico que a consciência faz partindo do que é enquanto ser existencial que caminha jungida ao veículo corpóreo denso de matéria inercial, corpo físico, que não se separa de nosso caminho nessa existência de vida densificada.

Assim, se verificada a condição de supressão desse caminho consciencial de autoreflexão, condição inerente a própria alma-espírito, penso que assim com entendo não ser  conveniente sugeri-lo a digestão forçada pela minha alma, assim também não o quero para a quem amo.

Desse modo, a alma , enquanto consciência tradutora das repercussões dos fatos e ações vivenciadas, as quais  lhe transmitem a percepção das cargas de sentimento/emoção de cada fato e ação existencial do indivíduo, requer, por ela mesmo, percorrer todo o caminho a partir de si mesma, ou seja, do interior, arquetipicamente  tipificado pelo coração, o centro do saber pelo sentir e dever agir de acordo com o sentimento ulterior da razão de ser da alma, que está além do apelo imediatista do desejo corpóreo sensual, e sinaliza para um sentimento universal que a todos e a tudo une em uma proposta de amor, entendimento, fraternidade, compreensão que une a razão ao sentimento do que cada ato e fato representa para si mesmo dentro de um todo que transcende a si, ao mesmo tempo que retorna e expande essa consciência de si no todo. O caminho do Cristo interior, de dentro para fora, que une o sentimento individual àquele do todo, sacrificando o desejo egoista e procurando, almejando ou tentando transcendê-lo pelo aprofundamento em si mesmo da essência que une a alma ao espírito do Todo. 

Essa coisa, a que se pode chamar de amor da essência interior, que habita a alma se pronuncia e diz, não pode ser que algo exterior, artificial, venha a se impor sobre a potencialidade inerente e pre-existente a preciosidade da consciência que é autorizada a alma perceber enquanto nessa condição de vivencia existencial com todas as circunstâncias, sejam estas julgadas relativamente  boas ou más, mesmo porque se está nessa condição de existência é por escolha própria, ou de outra maneira, decorrente de consequências de seus próprios atos em efeitos que ela mesmo lhe deu causa. O amor assim do todo universal chama a permitir que ela experimente, como sendo da sua própria essência, viver e ser no resultado daquilo a que deu causa .

Porque se é certo que sinto e percebo que existe uma parte virtuosa que habita no mais profundo da alma enquanto sentimento e no mais profundo do espírito enquanto razão também o é que concomitantemente também verifico a existência de um aspecto animal, guiado pelo desejo e instinto egoísta que é autocentrado em si mesmo em prejuízo do todo. Tal constatação faz-se intuir pela autobservação de si mesmo a grandeza da autoresponsabilidade que o amor concedeu a minha consciência de não a suprimir e negar enquanto aspecto negativo, para o fim de evitá-lo, e ou mascará-lo, mas sim o de percorrer o caminho que permite a compreensão do porque de assim ser  e de como conduzir a força bruta e selvagem que inconscientemente procura condicionar o eu para a compreensão da razão/sentimento da alma e do espírito, que lhe converte e transmuta para a soma e o agregar dessa força primária, inicialmente bruta ou selvagem à alma espírito, engrandecendo o conjunto dentro do propósito evolucionário e anscensional da experiência do Todo, enquanto agregador das experiências individuais e fragmentárias dos seres, fazendo cada ser ter o direito a continuidade e expansão consciencial. Essa é uma construção que é concedida não por punição mas por amor à liberdade e ao próprio ser, possibilidade que legitima a própria existência da consciência em seus aspectos primários e superestimados em personalidade deificada, ou seja de Deus, enquanto existente de forma individual em cada ser e grupal em um todo consciêncial somatório.